Quer saber por que a Cia. chama-se “Arueiras do Brasil”?

"Entre o córrego e a casa onde eu nasci tinha uma imensa Arueira. Tão alta que os moleques brincavam dizendo que se desse uma ventania, se ela caísse, os galhos mais altos tocariam a minha casa.
 Eu apostava que não. Não que Arueira não fosse alta o suficiente, é que meu avô um dia me disse que Arueira não cai a toa e que vento não derruba Arueira.
Descobri numa linha de trem abandonada, que a área tinha se reflorestado naturalmente e que a maior parte das arvores eram Arueiras. Os aterros, os barrancos formavam túneis de galhos e folhas. Um santuário de Arueiras. Era verão. Um calor infernal.
Edvaldo Costa, ator e meu parceiro inseparável estreava como autor sua primeira peça. A história tinha até nome. Os personagens também tinham nome. O grupo não!

Buscamos algo elaborado e inteligente como o teatro sugere. Algo que fosse um símbolo, que representasse consistência, resistência e que tivesse vida longa, que fosse brasileiro e natural.

Cada dia pensávamos em uns dez nomes. Levou mais de um mês. Podia ter sido: Bambu, Bem te Vi, Banana Verde, Grupo da Onça, da Barranca, da Beira do Rio ou do Tatu.

 Acabou sendo Arueiras pela poesia de ser árvore.

 Por ser tão forte e prestar tanta confiança em tudo o que cerca, que sustenta, que suporta, que vento não derruba e Pica-Pau não fura.”

Daniel Cúccolo
Ator, diretor e um dos fundadores da Cia.

O sobrenome do “Brasil” é por se tratar de uma árvore genuinamente brasileira.
“Arueiras” se escreve com “o” Ex: “Aroeiras”, preferimos Arueiras por ser a maneira mais popular de se falar.